segunda-feira, 31 de maio de 2010

APROVEITE A VIDA


Há uma coisa muito estranha que ocorre com a maioria das pessoas e que talvez a gente não preste atenção. Sempre que vou a estabelecimentos, comércios, clínicas ouço sempre a mesma coisa: funcionários reclamando e dizendo que não veem a hora que o dia termine.
Que coisa mais tola, penso eu todas as vezes, pedir para que o dia acabe.
Será que as pessoas não conseguem enxergar o que está no final do dia?
Cada minuto terminado é um passo nosso em direção à morte, e afinal de contas quem quer morrer?
Sêneca, um filósofo nascido em Córdoba, na Espanha e que conviveu e aconselhou grandes nomes do Império Romano como Messalina, Claudio, Nero e Calígula, escreveu diversas epístolas, sátiras, ensaios e tragédias.
As belíssimas cartas tinham como tema diversos conselhos a respeito de como viver uma vida melhor e feliz. Em um destes textos há um que em especial eu adoro porque fala diretamente sobre como não aproveitamos a vida, fala sobre quanto tempo desperdiçamos em conversas inúteis, diversões tolas, sofrimentos sem necessidade, paixões não correspondidas, um trabalho ruim.
Ele nos pergunta quantas vezes em nossa trajetória conseguimos atingir uma meta, quantas vezes mantivemos o espírito tranquilo e uma boa aparência e com humildade ele pede:
“Ensina-me algo contra esses males: faz com que eu não fuja da morte, que a vida não fuja de mim... Ensina-me que o valor da vida não está na duração, mas no uso que dela pode ser feito.”
Ter consciência da morte nos prepara para uma vida mais proveitosa e para entender que o mais importante é o presente com seus intermináveis minutos. Pensando nisso lembrei de um artigo escrito por Airton Luiz Mendonça que eu havia lido na internet onde ele descreve que a mente humana funciona de uma forma peculiar, nossas ações e pensamentos são automatizados para que o cérebro não se sobrecarregue e assim não fiquemos loucos. Assim sendo nossa rotina acelera nosso tempo e nos dá a sensação que os meses encurtaram, que o final de um ano chegou rapidamente. E o remédio que o autor nos dá para esticar o tempo, o velho Sêneca já conhecia: aproveite e viva de verdade, mude sua rotina, viaje, comemore, mude a cor do cabelo ou o corte, estude coisas diferentes, experimente comidas exóticas, faça novas amizades com pessoas que pensam diferente de você, enfim abra-se para novas experiências.
E então curta o seu trabalho e se ele não for bom para você, se ele te faz infeliz, arrume suas coisas, diga obrigado e vá embora de cabeça erguida.

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