segunda-feira, 31 de maio de 2010

INVERSÃO


A atitude filosófica é indagar, mas o filósofo só indaga porque se espanta, se admira dos fenômenos da natureza.
Com o tempo perdemos essa capacidade, deixamos de ser inocentes.
Quantas vezes ouvimos coisas absurdas e nem sequer pensamos sobre elas? Hoje em dia por exemplo se você é assaltado sempre tem alguém para te dizer que você não devia deixar a bolsa no banco do carro, que você não devia carregar dinheiro, não devia isso, não devia aquilo. Isso é loucura o que não devia era te assaltarem, te fazerem mal. Mas esquecemos disso porque não nos espantamos mais.
Pensando nisso me recordo de David Hume um filósofo escocês que viveu de 1711 a 1776 e que em uma de sua teorias ele dizia que muitas impressões que temos neste mundo não correspondem à realidade, que não verificamos se conceitos pré estabelecidos tem validade ou não, e ele vai além em uma total desconstrução onde ele analisa até os fenômenos da natureza, dizendo que nada em nosso mundo prova que o Sol nascerá todos os dias, que uma pedra cairá toda vez que a soltarmos. Claro que estou simplificando tudo mas a idéia que me intriga em sua teoria é que nós simplesmente esperamos por estes efeitos porque estamos acostumados.
Então a minha proposta é a seguinte: Hume inverteu os processos e por que não fazemos o mesmo? Que tal sairmos da mecanicidade?
Podemos começar readmirando as coisas ao nosso redor, quantas vezes nos esquecemos das pessoas que amamos? Das coisas que conquistamos? Nosso amor está do nosso lado e não o olhamos. Não lembramos porque nos apaixonamos, porque o admiramos, porque ele é especial. Esquecemos de ver a beleza, esquecemos de agradecer, só pensamos no rush e não vemos o lindo pôr do Sol que talvez amanhã não estará mais lá.
Pare hoje com o automático, beije, toque, elogie como se fosse a primeira vez.
Ou a última.

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